Retrospectiva Flamengo! Os sete títulos brasileiros do Rubro-Negro
Primeira conquista ocorreu em 1980. O título deste ano é o segundo na era dos pontos corridos

Bicampeão da Libertadores, o Flamengo faturou também o sétimo título brasileiro de sua história. Fazia dez anos que o Campeonato Brasileiro não ia para as mãos do clube da Gávea.
É o segundo título do Fla na era dos pontos corridos. O primeiro ocorreu justamente em 2009, com Adriano, Pet, Ronaldo Angelim e companhia.
O estagiário estava aqui andando pelo centro do Rio e... ops! 🏆🏆 🤷♂️ #OBrasileiroJáGanhamos7 #JogamosJuntos #VencemosJuntos pic.twitter.com/gtrBEeCrjZ
— Flamengo (@Flamengo) November 25, 2019
A história de conquistas nacionais do Rubro-Negro se iniciou há quase 40 anos. Foi em 1980 que o Flamengo do Rio se tornou pela primeira vez o Flamengo do Brasil.
O timaço que era liderado dentro de campo por Zico e contava com o artilheiro Nunes conseguiu o primeiro Campeonato Brasileiro do clube.
Sob o comando do lendário Cláudio Coutinho, o Fla fez uma grande campanha. Despachou o Coritiba com duas vitórias nas semifinais: 2 a 0 no Couto Pereira, e 4 a 3 no Maracanã.
Veio a decisão contra o Galo e o Flamengo jogava por dois resultados iguais. Perdeu a primeira por 1 a 0 no Mineirão, gol de Reinaldo. Mas conseguiu uma vitória espetacular por 3 a 2 no Maracanã lotado.
Nunes abriu o placar, Reinado empatou, Zico fez 2 a 1 ainda no primeiro tempo, Reinaldo voltou a deixar tudo igual, já na etapa final, e Nunes marcou o gol do título aos 37 do segundo tempo. O Brasil se pintou de rubro-negro.
Vem com o Mister!!! #JogamosJuntos ❤️🖤
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Dois anos depois, em 1982, já como campeão da Libertadores e do mundo, o Flamengo faturou pela segunda vez o Campeonato Brasileiro.
A final contra o Grêmio foi muito acirrada. Começou com um empate por 1 a 1 no Maracanã, com Zico evitando a derrota ao marcar nos minutos finais.
Depois de um 0 a 0 em Porto Alegre, o Grêmio precisava de mais um empate para ser bicampeão. Mas o Mengão levou a melhor no terceiro jogo, novamente na capital gaúcha.
Um gol de Nunes, com passe de Zico, definiu o placar: 1 a 0. Fla campeão sob o comando de Paulo César Carpegiani, o mesmo treinador dos títulos da Libertadores e do Mundial, no ano anterior.
O terceiro caneco veio em 1983. Carlos Alberto Torres foi o técnico de mais uma conquista nacional do Flamengo. Três títulos brasileiros em quatro anos.
A decisão foi contra o Santos. Derrota por 2 a 1 no Morumbi, no primeiro jogo da final.
Mas na partida de maior público da história do Brasileirão (cerca de 155 mil), o Rubro-Negro sacudiu o Maracanã e fez 3 a 0 sobre o Peixe: Zico, Leandro e Adílio.
Foi o último jogo da primeira passagem de Zico pelo Fla. O craque partiu para a Udinese, da Itália, mas voltou para a casa dois anos depois.
A polêmica: 1987
Em 1987, a CBF estava com dificuldades para organizar o Campeonato Brasileiro. Os principais clubes do país se uniram e criaram, de forma independente, a Copa União, com 16 equipes.
A CBF resolveu interferir e montou uma competição com os times que não estavam na Copa União, determinando que os dois primeiros da Copa União, que ela resolveu chamar de "Módulo Verde", disputassem um quadrangular final com os dois primeiros do "Módulo Amarelo", que era o torneio organizado pela entidade.
Os clubes da Copa União não concordaram. O Flamengo, comandado por Carlinhos, bateu o Inter na decisão do torneio. Depois de empatar em 1 a 1 no Beira-Rio, venceu por 1 a 0 no Maracanã, gol de Bebeto.
O Rubro-Negro se considerou o campeão brasileiro daquele ano. Já a CBF manteve o quadrangular estabelecido por ela mesma para definir o campeão do país.
Flamengo e Inter bateram o pé e não participaram desta disputa. Sport e Guarani, os dois primeiros do "Módulo Amarelo", entraram em campo e decidiram, para a Confederação Brasileira de Futebol, o Campeonato Brasileiro de 1987.
O time pernambucano ganhou e a polêmica se estende até hoje. Para a CBF, o campeão é o Sport. Mas é inegável que o Flamengo disputou o campeonato mais forte que ocorreu no país naquele ano. A Copa União contou com as principais equipes do futebol brasileiro.
Um ano que está marcado para sempre na história! Os títulos Carioca, Brasileiro e da Conmebol Libertadores são nossos! É a Tríplice Coroa do Mengão! E sem vocês isso não seria possível. Obrigado, Nação! #JogamosJuntos #VencemosJuntos #EsseÉONossoLugar pic.twitter.com/sGfyBf5pVM
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Dois títulos improváveis: 1992 e 2009
O Flamengo não era considerado favorito ao título brasileiro em 1992.
Mas aquele time contava com um verdadeiro líder. Aos 38 anos, Júnior desfilava talento nos campos do Brasil.
Depois de uma trajetória com altos e baixos no torneio, o Rubro-Negro se classificou para enfrentar um embalado Botafogo na final. Com melhor campanha, o Glorioso jogava por dois resultados iguais.
Mas logo na etapa inicial do primeiro jogo o Fla praticamente definiu os rumos da decisão. Fez 3 a 0, gols de Júnior, Nélio e Gaúcho, centroavante que ficou conhecido por ser um especialista em gols de cabeça.
No segundo jogo, marcado pelo triste episódio da queda de uma parte da arquibancada do Maracanã, acidente que vitimou três torcedores do Flamengo, um empate em 2 a 2 sacramentou a conquista rubro-negra.
Júnior voltou a balançar as redes. Desta vez, em bela cobrança de falta. E foi ele quem levantou a taça após o apito final. O "vovô garoto" foi o símbolo daquela conquista. O treinador? Novamente ele. Carlinhos.
Demorou 17 anos para o Fla voltar a ser campeão do Brasil. Se alguém apostasse no Flamengo de 2009 antes do início do Brasileirão ou até mesmo durante o primeiro turno, provavelmente seria apontado como lunático.
Adriano, desacreditado, voltava da Europa. Petkovic, com 37 anos, também retornou ao clube. Mas poucos apostavam no sucesso dessa dupla. Quem acreditou se deu bem.
O Fla fez uma campanha de recuperação. Saiu da 14ª colocação e foi subindo até assumir a liderança na penúltima rodada, após vencer o Corinthians.

Pet foi um dos principais destaques do título de 2009 (Getty Images)
Bastava apenas uma vitória sobre o Grêmio no Maracanã. E ela veio de virada: 2 a 1. David Braz, hoje no Tricolor Gaúcho, e Ronaldo Angelim, aposentado, fizeram os gols do título.
Adriano terminou o Brasileirão daquele ano como artilheiro com 19 gols. Foi eleito o melhor jogador da competição. Pet também brilhou muito com assistências e gols importantes. E no banco, o time foi comandado por Andrade, ídolo histórico do Rubro-Negro.
Ele assumiu de forma interina após a demissão de Cuca e acabou sendo efetivado. Enfrentou turbulências, mas chegou à consagração.

Gabigol marcou 40 vezes na temporada 2019 até agora (Getty Images)
Time avassalador: 2019
A conquista de 2019 foi confirmada com quatro rodadas de antecedência. Um time que se tornou uma máquina após a chegada do técnico português Jorge Jesus, que estreou no Brasileirão na décima rodada.
Com 25 vitórias e 81 pontos, o Flamengo não pode mais ser alcançado.
É do Rubro-Negro os dois principais artilheiros da competição. Gabigol lidera a lista com 22 gols e Bruno Henrique vem logo atrás, com 18.
40 gols em 54 jogos na temporada... É brabo esse nosso artilheiro! ❤️🖤#JogamosJuntos#VencemosJuntos#EsseÉONossoLugar
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📷 Mateus Montoni pic.twitter.com/c1kmJ4FIQi
Do time titular, oito jogadores chegaram ao clube neste ano: Rodrigo Caio, Pablo Marí, Rafinha, Filipe Luís, Gerson, Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol.