Botafogo dá sinal verde a acordo com novo modelo de gestão apresentado pelos irmãos Moreira Salles
Projeto prevê a recuperação financeira do clube e depende de aprovação do Conselho Deliberativo

O Botafogo afirmou nesta sexta-feira que está de acordo com o plano de recuperação financeira apresentado pelos irmão Walter e João Moreira Salles, que apresentaram um novo modelo de gestão que visa à recuperação financeira do clube, após auditoria e consultoria da Ernest & Young e do escritório Trengrouse Advogados.
- Após tomar conhecimento do referido projeto, o Presidente Nelson Mufarrej reafirma estar de pleno acordo para a aplicação e realização do mesmo - diz nota oficial do clube.
Os executivos da E&Y apresentaram o plano à diretoria do Glorioso nesta sexta-feira. Após o sinal verde do Botafogo, ele precisará ser analisado e aprovado pelo Conselho Deliberativo do clube para ser posto em prática. Caso não seja aprovado, o plano vai ser desfeito e tudo volta ao "normal".
O que prevê o plano?
Conforme adiantou o jornalista Rodrigo Capelo, do site globoesporte.com, o plano prevê a criação de uma sociedade anônima, com prazo de existência de 30 anos. Ela ficará responsável pela gestão do futebol, que terá executivos contratados.
Todos os atuais diretores do Botafogo, incluindo o presidente Nelson Mufarrej, não terão mais poder para interferir no futebol, ficando responsável apenas pelos esportes olímpicos e pelo clube social.
Desta forma, a sociedade anônima ficará responsável por todas as receitas, como verba de venda de atletas, patrocínios, sócio-torcedor, e dívidas do departamento de futebol. Como o Nilton Santos é um acordo entre Botafogo e a Prefeitura, que gerou uma empresa para gerir o estádio, a sociedade anônima fará um contrato direto com a administradora do estádio para poder usá-lo.
A principal missão é quitar todas as dívidas do Botafogo: bancárias, trabalhistas e cíveis, além de débitos com agentes e clubes. Atualmente, a dívida do Botafogo é uma das maiores do Brasil, no valor que supera R$ 700 milhões. A E&Y planeja quitar pelo menos R$ 300 milhõs de cara em negociações com credores, a depender da arrecadação junto ao fundo de investimentos.
Procura de investidores
Após a aprovação pelo Conselho Deliberativo, uma equipe de transição será montada, e um "interventor" será nomeado no clube, para evitar que eventuais recursos sejam usados de maneira indevida. Com isso, a sociedade anônima irá ao mercado em busca de investidores. O negócio pode dar errado caso não encontre interessados em investir no fundo de investimento.
O valor angariado por meio do fundo não será doação dos interessados em investir. Será feito um "empréstimo" que deverá ser devolvido para que os investidores também tenham retorno no negócio, com ganho de juros.
Parte legal
Na parte legal junto à CBF, os envolvidos no negócio precisão conseguir a autorização para transferência do direito de disputar o Brasileirão de uma pessoa jurídica para a outra, com a criação de sociedade anônima incubida de cuidar do futebol alvinegro. A data para resolver isso é ao fim da temporada, entre a segunda semana de dezembro até a terceira de janeiro. Caso não haja tempo, o projeto será postergado para o próximo ano.
Veja a nota do Botafogo na íntegra!
O Presidente Nelson Mufarrej, acompanhado de Vice-Presidentes, diretores e ilustres alvinegros, reuniu-se nesta sexta-feira (26/7) com executivos da Ernst & Young (EY), em Botafogo, onde foi apresentado o projeto de um novo modelo de gestão do Clube.
Após tomar conhecimento do referido projeto, o Presidente Nelson Mufarrej reafirma estar de pleno acordo para a aplicação e realização do mesmo.
O Botafogo colocará à disposição da EY profissionais para dar continuidade à implementação do projeto no mais curto prazo possível, respeitando, naturalmente, todos os trâmites estatutários cabíveis.
Botafogo de Futebol e Regatas