Grêmio: décima semifinal de Libertadores
Tricolor é o clube brasileiro que mais vezes chegou à fase semifinal da principal competição do continente

Falou em Libertadores, falou em Grêmio. O Tricolor é uma das equipes mais tradicionais da história da competição continental.
Em sua 19ª participação no torneio, o clube gaúcho atingiu pela décima vez as semifinais. É a terceira vez seguida que o Grêmio chega entre os quatro melhores da América do Sul.
Um desempenho impressionante de um time que aprendeu a disputar o cobiçado torneio. E, hoje, sabe como poucos.
As três estrelas: 1983, 1995 e 2017
A primeira semifinal de Libertadores do Grêmio foi no ano da primeira conquista. Em 1983, o formato da competição era diferente. As semifinais eram disputadas em dois triangulares. O vencedor de cada triangular se encontrava na decisão do título.
O Grêmio passou por Estudiantes, da Argentina, e América de Cali, da Colômbia, se garantindo na final contra o Peñarol. Não deu para o tradicional clube uruguaio. O Tricolor fez a festa no antigo Estádio Olímpico e comemorou pela primeira vez o título da Libertadores.

Reprodução/Grêmio
Em 1995, o time comandado por Felipão encarou o Emelec, do Equador, na semifinal.
O Grêmio tinha acabado de eliminar o Palmeiras nas quartas e não deu chances aos equatorianos.
Depois de um empate por 0 a 0 em Guayaquil, a vitória por 2 a 0 em Porto Alegre garantiu a equipe tricolor na final. Sobrou para o Atlético Nacional, da Colômbia, que não resistiu ao forte elenco gremista. Veio o bicampeonato continental.
Com esse time conquistamos a América mais uma vez. Como comemorastes aquele gol do Dinho aos 40 minutos do segundo tempo que sacramentou o nosso segundo título? 🇪🇪💙🏆🏆#Libertadores 2019 pic.twitter.com/lhhp7q0IWE
— Grêmio FBPA (@Gremio) March 6, 2019
Passaram-se 22 anos até o Grêmio voltar a levantar o troféu da Libertadores.
Na semifinal em 2017 o adversário foi outro equatoriano, o Barcelona, também de Guayaquil.
Tudo ficou resolvido na primeira partida, no Equador. Uma vitória acachapante por 3 a 0, com dois de Luan e um de Edílson, deu a tranquilidade necessária para o jogo da volta.
A derrota por 1 a 0, na Arena do Grêmio, não foi suficiente para eliminar o Tricolor, que seguiu em frente para conquistar o título diante do Lanús. Grêmio, tricampeão da América!

O tri da América chegou em 2017 (Getty Images)
Dois vices: 1984 e 2007
Em 1984, um ano após o primeiro título continental, o Grêmio já estreou no torneio no triangular semifinal. Como prêmio, o campeão do ano anterior entrava na disputa nesta fase.
E o Tricolor fez duelos empolgantes justamente contra o Flamengo, adversário da semifinal de agora. Naquela ocasião, os dois clubes brasileiros despacharam o Universidad de Los Andes, da Venezuela, e decidiram a vaga na final em um jogo extra, no Pacaembu.
O Grêmio havia goleado no Olímpico por 5 a 1 e o Flamengo venceu no Maracanã: 3 a 1. Em São Paulo, o 0 a 0 classificou o Grêmio, que tinha saldo de gols melhor.
O clube gaúcho perdeu a final para o maior vencedor da competição, o Independiente, que chegou ao seu sétimo e último título de Libertadores.
Em 2007, o Grêmio acabou derrotado pelo Boca Juniors, de Riquelme, na decisão. Foram duas derrotas: 3 a 0, na Bombonera, e 2 a 0, no Olímpico.
Mas, para chegar à disputa do título, o Tricolor passou pelo Santos em uma semifinal dramática. Vitória por 2 a 0 em casa, derrota por 3 a 1 na Vila Belmiro. A vaga veio no critério do gol fora de casa, graças ao tento marcado por Diego Souza. O time de Mano Menezes foi para a decisão. Mas acabou com o vice.
Parando nas semifinais: 1996, 2002, 2009 e 2018
Depois do título de 1995, o clube gaúcho, ainda sob o comando de Felipão, voltou às semifinais da Libertadores em 1996, mas caiu diante do América de Cali.
O Grêmio venceu por 1 a 0 no Olímpico, mas levou 3 a 1 na Colômbia.
A mais dolorosa derrota em uma semifinal certamente ocorreu em 2002, diante do Olimpia, do Paraguai.
Era o Grêmio comandado por Tite, campeão da Copa do Brasil de 2001. Depois de perder por 3 a 2 no Paraguai, o Tricolor fez 1 a 0 no Olímpico e levou a decisão da vaga para a disputa de pênaltis (naquela época não havia o critério do gol fora de casa como desempate).
A torcida gremista reclama até hoje de um gol mal anulado de Zinho, que poderia dar a vaga ao clube brasileiro no tempo normal. O meia marcou em posição legal, mas a arbitragem assinalou impedimento.
Nos penalidades, o Olimpia levou a melhor. O time paraguaio foi para a final e bateu o São Caetano.
Em 2009, o Grêmio caiu em um confronto nacional. Do outro lado estava o Cruzeiro, que venceu a primeira partida da semifinal por 3 a 1 no Mineirão.
Na volta, no Olímpico, a Raposa abriu 2 a 0, dois gols de Wellington Paulista. O Grêmio ainda buscou o empate em 2 a 2, mas não adiantou. O Cruzeiro avançou para a decisão.
No ano passado, o time de Renato, mesmo desfalcado, conseguiu uma vitória improvável contra o River Plate, em Buenos Aires, gol de Michel.
Veio o segundo jogo, na Arena do Grêmio, e Leonardo abriu o placar para o Tricolor.

River bateu Grêmio nas semifinais do ano passado (Getty Images)
Mas o River conseguiu dois tentos na reta final da partida e saiu de Porto Alegre classificado. Depois ainda acabou campeão, batendo o arquirrival Boca Juniors.
Chegou 2019 e o Grêmio, mesmo com mudanças no plantel, segue competitivo, causando estragos na América do Sul.
O Tricolor está mais uma vez entre os quatro sobreviventes da Libertadores e o tetra é um sonho que pode se tornar realidade. O aguardado confronto com o Flamengo começa nesta quarta-feira (2), em Porto Alegre.