Os clubes sul-americanos no Mundial da FIFA
Fizemos um balanço da participação de equipes da América do Sul no Mundial de Clubes levando em consideração as edições organizadas pela FIFA. São quatro títulos para times sul-americanos

O Mundial de Clubes da FIFA começou nesta quarta-feira (11). Será que os europeus vão seguir dominando o torneio, como tem acontecido nos últimos anos?
Ou algum clube de outro continente pode sonhar com a taça? A última vez que o título ficou fora da Europa foi em 2012.
Há sete anos, o Corinthians, comandado por Tite, bateu o Chelsea por 1 a 0 e conquistou o mundo.
Desde aquela final, nenhum clube sul-americano conseguiu superar o campeão da Europa.
O Futebol Brasil relembra todas as participações de sul-americanos desde que o torneio passou a ser organizado pela FIFA.
Brasileiros conquistaram as três primeiras edições
O primeiro Mundial organizado pela FIFA ocorreu em janeiro de 2000. Foi tratado como um evento-teste porque a entidade tinha o objetivo de adotar o modelo para os anos seguintes.
A sede escolhida foi o Brasil, com jogos no Maracanã e no Morumbi. Dois clubes brasileiros participaram da competição: o Vasco, como campeão da Libertadores de 1998, e o Corinthians, como campeão do país-sede. O Timão faturou o Brasileirão em 1998 e 1999.
O torneio contou com oito equipes divididas em dois grupos de quatro. Os poderosos Manchester United e Real Madrid ficaram pelo caminho e a final foi entre os dois brasileiros. Dois timaços, por sinal.
No Maracanã lotado, Vasco e Corinthians decidiram o primeiro Campeonato Mundial da FIFA. Depois de empate sem gols no tempo normal e na prorrogação, o Timão venceu por 4 a 3 nos pênaltis e faturou o caneco. A equipe contava com Rincón, Marcelinho, Ricardinho, Dida, Vampeta, Edílson e Luizão. Uma verdadeira seleção.

O colombiano Rincón, capitão do Corinthians em 2000, recebe o troféu de campeão mundial da FIFA (Getty Images)
O modelo que a FIFA queria adotar acabou não vingando naquele momento. A Copa Intercontinental, disputa entre o campeão europeu e o sul-americano, continuou existindo até 2004. No ano seguinte, a FIFA voltou a organizar o Mundial de Clubes.
Com um sistema mais enxuto, a competição ocorreu no Japão. E um clube brasileiro voltou a sorrir. Campeão da Libertadores daquele ano, o São Paulo derrubou o Al-Ittihad, da Arábia Saudita, na semifinal.
A grande decisão foi contra o Liverpool, vencedor da Liga dos Campeões. Mineiro fez o gol da vitória por 1 a 0, mas o grande herói da conquista foi Rogério Ceni, com defesas espetaculares. O ídolo são-paulino levou o troféu de melhor jogador da competição.

A festa são-paulina em 2005 (Getty Images)
No ano seguinte, o Internacional pintou o mundo de vermelho.
Comandado por Abel Braga, o Colorado fez 2 a 1 no Al-Ahly, do Egito, e conquistou o título com vitória por 1 a 0 sobre o Barcelona, de Ronaldinho Gaúcho. Messi já fazia parte da equipe catalã, mas não jogou porque estava lesionado. Adriano Gabiru entrou para a história do Inter ao marcar o tento decisivo.

Inter campeão em 2006: não deu para o Barça de Ronaldinho (Getty Images)
Corinthians volta a conquistar o troféu em 2012
Demorou seis anos até um clube sul-americano voltar a conquistar o título mundial.
O Estudiantes bateu na trave em 2009. O time argentino vencia o Barcelona até os momentos finais, mas levou o empate e perdeu na prorrogação, com gol de Messi.
Em 2012, o caneco, enfim, voltou para a América do Sul. Mais precisamente, para o Corinthians.
Campeão da primeira edição do torneio da FIFA, o Timão atingiu o topo do mundo outra vez.
A equipe comandada por Tite passou pelo Al-Ahly, do Egito, na semifinal: 1 a 0, gol de Paolo Guerrero.
O peruano voltou a balançar as redes na grande decisão, em Yokohama. De cabeça, Guerrero decretou a vitória sobre o Chelsea e o Corinthians conquistou o bi. Foi o último título de uma equipe da América do Sul.

Timão bicampeão mundial (Getty Images)
Quatro eliminações nas semifinais
Em quatro ocasiões, o time que representava o continente sul-americano nem chegou à decisão do Mundial.
A primeira vez que isso ocorreu foi em 2010. O Internacional, campeão da Libertadores, embarcou cheio de confiança para os Emirados Árabes Unidos, sede do torneio naquele ano.
Mas o Colorado foi surpreendido pelo Mazembe, do Congo, e perdeu por 2 a 0 na semifinal. Uma grande zebra.

Jogadores do Inter lamentam eliminação em 2010 (Getty Images)
Em 2013, outro time brasileiro sucumbiu antes do aguardado duelo contra o campeão da Europa. O Atlético-MG foi superado por 3 a 1 pelo Raja Casablanca, que era o campeão marroquino daquele ano e participava do Mundial como representante do país-sede.
A aguardada final entre Galo e Bayern de Munique ficou apenas no imaginário do torcedor.
Três anos depois, o Atlético Nacional, da Colômbia, chegou ao Japão após conquistar a Libertadores.
O bom time treinado por Reinaldo Rueda levou um baile do Kashima Antlers, campeão japonês. Perdeu por 3 a 0 na semifinal.
A última desilusão sul-americana no torneio ocorreu no ano passado. O River Plate chegou aos Emirados Árabes poucos dias depois da maior glória de sua história, a vitória sobre o arquirrival Boca Juniors na final da Libertadores.
Ainda tomado pela euforia do título continental sobre o seu principal adversário, o River caiu de forma surpreendente para o Al Ain, campeão do país-sede. Os argentinos perderam nos pênaltis, após empate em 2 a 2.

Galo caiu para o campeão marroquino em 2013 (Getty Images)
Clubes sul-americanos no Mundial da FIFA
2000: Corinthians (campeão), Vasco (vice)
2005: São Paulo (campeão)
2006: Internacional (campeão)
2007: Boca Juniors (vice)
2008: LDU (vice)
2009: Estudiantes (vice)
2010: Internacional (terceiro lugar)
2011: Santos (vice)
2012: Corinthians (campeão)
2013: Atlético-MG (terceiro lugar)
2014: San Lorenzo (vice)
2015: River Plate (vice)
2016: Atlético Nacional (terceiro lugar)
2017: Grêmio (vice)
2018: River Plate (terceiro lugar)